quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O TEMPO FERIDO


A Vingança de um Pistoleiro (Monte Hellman, 1965)

Não há começo. Não há fim. Os nomes não importam. Os destinos, as identidades. Passado ou futuro. Nada é essencial em A Vingança de um Pistoleiro. Começamos e terminamos o filme sem saber nada de seus personagens, a não ser que a vida foi-lhes cruel o suficiente para extirpar um lado bom ou ruim para a alma.

Tudo que Monte Hellman faz é recortar um pedaço dessa vida. Interromper o fluxo para instaurar um novo. Desmoronar a rotina. Para isso, é preciso antes de tudo recortar o tempo, feri-lo. E a última impressão que fica, e que permanece por muito tempo (não, ele não morre), é que de alguma forma o tempo foi estrangulado, punido como aqueles homens, alguns com culpa, outros inocentes. O fim é o mesmo para todos, e não será o tempo quem escapará.

Em tempo: ver Jack Nicholson no vigor da juventude é sempre um dádiva.

2 comentários:

  1. Nicholson jovem é sempre um primor. É engraçado como o rosto dele mudou tanto. Esse filme do Hellman eu ainda não vi - pra dizer a verdade, vi só o começo, quando baixei. Mas, se for como o grande "Corrida sem Fim" vale a pena em todos os seus planos...

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  2. Sucintas e mortais. Suas palavras foram assim.

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