É ao deserto que me reconduzo em Flandres. Mas agora só resta a dor. A convicção de uma guerra inconvicta, atos que se justificam na simplicidade do mau, no desejo de machucar. Pois até o amor dói na juventude.

Flandres, Bruno Dumont, 2006.
Uma jovem abandonada no cio. Dois machos abandonados pelas autoridades em meio à guerra. Lugar onde Dumont mais uma vez encontra abertura para não explicar nada, pois uma guerra não se pensa.
Homens-insetos penetrados pela areia, esquecidos no ventre de uma terra que os devora aos poucos, que os confunde com o vento, e que prosseguem não sabemos para onde. Apenas seguem. Algo os espera.
O horizonte é certo.
Nele há uma COISA.
Seu contorno assombra a jornada.
Como identificar o encontro com ela?
Há uma COISA me atraindo no cinema...
Eu já toquei, mas...


MUDANÇAS
/.../
no deserto
é o
olho
quem molda
as formas
do horizonte.
no deserto
é o
olho
quem forma
as normas
dos contornos.
no deserto
somos
o olho.
CONRADO FALBO
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