Entro nele confiante. Um pouco preocupado com a responsabilidade do fim de minha Dissertação, mas nada que exceda o terreno do natural.
Ainda mais, o comemorar de uma década de cinefilia entranhada. 10 anos de amor e lágrimas, de ângulos e imagens fluindo no sangue. Uma década de vida. Talvez não consiga externar por aqui o latejar interior.
Há pouco tempo para o tudo.
Mas o amor das pesquisas também virá.
Clarice, Schoenberg, Pollock, Marienbad... Há tanto EU neles!

Alliance, Arnold Schoenberg, 1910.
Ainda não entendi o motivo do esquecimento que a Modernidade legou ao Schoenberg pintor. Na verdade, meu deslumbramento recente por tal descoberta ainda nem acalmou. Há tanto espírito em seus pincéis! Tanta profecia!
É minha mão aí.
Minha aliança.
Abaixo, o fragmento de uma carta em versos (!) que completa exatamente um século de existência, endereçada ao compositor Ferruccio Busoni.
Quase um manifesto. Um grito. Que também é meu.
Não importa o tempo. Uma década ou um século.
O grito não pode encontrar o silêncio.
Que em mim os seus ecos persistam.
Luto pela libertação completa de todas as formas
de todos os símbolos de coerência e
de lógica.
Logo
fim à ‘execução de motivos’.
Fim à harmonia como
cimento ou tijolos de uma construção
Harmonia é expressão
e nada mais.
Portanto
Fim ao Pathos!
Fim às partituras longas e maciças de torres erigidas ou construídas,
rochedos e outras lengalengas pesadas.
Minha música tem de ser breve.
ARNOLD SCHOENBERG
(1 de agosto de 1909)
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