
Gerry, Gus Van Sant, 2002.
O ângulo acima justifica um pouco do meu recente entusiasmo com Caspar Friedrich. É inegável a aproximação entre essa imagem e a tela do último post, onde o mar e o deserto se alternam diante de um homem que constata a grandeza de um mundo que é maior.
Como negar que essas imagens comportam todo um mundo? Como posso sair dele sem me machucar?
Estou por aqui vivendo uma semana e tanto. Semana em que me dediquei a escrever um ensaio crítico sobre Gerry, o que me fez sofrer, chorar, e literalmente me desesperar diante de minha incapacidade.
Não há como racionalizar um acontecimento que é maior do que eu, maior do que qualquer palavra que eu possa proferir. Não dá.
Ontem revivi o filme para tentar mais. Só consegui descobrir que nunca deixei de vivê-lo. Que de fato a minha existência se impregnou por esse anseio de Gerry, e que me tornei Gerry e que não sei mais viver sem ser assim.
Eu sou
E contemplo
Vivo
Isso me basta
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