sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ENIGMAS

E não é possível falar de Antonioni e Pintura sem lembrar De Chirico, uma das maiores recorrências visuais de todo universo metafísico do cinema que amo. E eu me perco aqui, entre estes dois seres esmagados, reduzidos à sombra que são, ao disforme de sua presença, numa cidade que é deserto, num lugar em que só há espaço para mais de meu vazio.


O Enigma de uma Chegada, 1912.

“Mais que seres vivos, isso que entendemos como seres vivos, homens ou cavalos, [os personagens de Chirico] parecem objetos inanimados, mais mortos que os mortos, mas que retomam de forma estranha e da maneira mais surpreendente algumas prerrogativas da vida.”
Georges Ribemont-Dessaignes

“Por certo, não é a vida humana que se afirma nas telas de Chirico, mas a vida das coisas.”
Eliane Robert Moraes



A Nostalgia do Infinito, 1914.

“É essencial que o pensamento se separe de tudo que nós chamamos de lógica ou significado, que se coloque em tal distância dos grilhões da humanidade, que as coisas apareçam sob uma nova luz, como se iluminadas por uma constelação ofuscante.”
Giorgio de Chirico



O Enigma de um Dia, 1914.

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