sexta-feira, 29 de abril de 2011

NASCIMENTO

















O Refúgio, François Ozon, 2009.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

sábado, 23 de abril de 2011

PÂNICO 4



Podemos dizer que agora fechamos de fato a nossa edição sobre Wes Craven. Pânico 4 era uma escolha lógica para esse novo número de Filme em foco, simplesmente porque, por alguns movimentos realizados nos filmes anteriores, sempre fortemente ligados em sua própria ideia de cinema e de comportamento (por sua vez ligados, todos, a um traço contemporâneo), era até certo ponto previsível (e por nós, algo bastante esperado com ansiedade) que aqui, nesta nova inserção por este universo de cinema, Craven e o roteirista Kevin Williamson haveriam de firmar e lançar também o seu comentário objetivo sobre a nova juventude, seus hábitos e as coisas que valem para ela. Esperava-se (e cumpre-se no filme) também, que o cineasta executasse mais um movimento criativo dentro da querida metalinguagem que a série sempre trouxe dentro de si, o que consistia para nós na construção de um objeto curioso demais, arriscado demais, e, dentro das coisas que já tínhamos visto nos três filmes que vieram antes, na edificação de um mundo quase abstrato, cheio de espelhos, consequência comum à metalinguagem, que é sua felicidade e também seu esgotamento. Não poderíamos, de forma alguma, passar impassíveis a tal comentário e a tal volta ao ofício – internamente, há os que gostam e os que não gostam de A Sétima Alma. Com Pânico 4, abrimos um contato verdadeiramente satisfatório e prazeroso com o ano cinematográfico de 2011, que começa para nós aqui nessa seção, em forma do eterno retorno do horror, essa peça tão fundamental para compreender nossos tempos.

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quarta-feira, 20 de abril de 2011

NACER KHEMIR



Figura singular da moderna cultura árabe, Nacer Khemir é um homem das artes que, honrando o título, não dedica privilégios a códigos ou linguagens específicas. Filho das Mil e Uma Noites, seu princípio criativo parte de uma herança legada pelo saber ancestral de um povo e um lugar que encontra na narrativa a sobrevivência, a continuidade de uma sempre renovada tradição.

Poeta, romancista, escultor, caligrafista e arabista, o tunisiano Khemir (nascido em 1950) encontrou no cinema mais uma vertente para este exercício que lhe é tão caro: contar histórias. Os três longas que compõem sua refinada carreira, conhecidos em conjunto como formadores da Trilogia do Deserto, abarcam um repertório de lendas, mitos e memórias da cultura árabe clássica que, pelo dispositivo audiovisual, são atualizados e acrescidos de novos significados e possibilidades de interpretação; são eles: Andarilhos do Deserto (1986), O Colar Perdido da Pomba (1992) e Baba Aziz – O Príncipe que Contemplou Sua Alma (2005).

Todos ambientados numa onipresença desértica, característica da geografia que toma quase metade da Tunísia com o Deserto do Saara, os filmes de Nacer Khemir fazem da virtualidade da areia a base para o entrelaçamento de suas alegorias sempre labirínticas, dos mitos que impregnam as imagens deste cinema com um caráter pictórico bastante estranho para os referenciais estéticos ocidentais. Do cinema enquanto parábola, Khemir configura um interesse pela imagem que ultrapassa as fronteiras de sua geografia para desenvolver temas de alcance universal, desprovidos de nacionalidade, mas pautados por uma língua (árabe) que precisa permanecer como caminho para que suas histórias não morram.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

É HOJE!!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

terça-feira, 12 de abril de 2011

PORQUE JUVENTUDE É PELE



















Monika e O Desejo, Ingmar Bergman, 1953.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

NARRAÇÕES DA VIOLÊNCIA BIÓTICA


Acaba de ser lançado o livro Narrações da Violência Biótica, organizado pelos professores Roland Walter e Ermelinda Ferreira, como parte da Coleção Letras, pela Editora UFPE.

“Violência Biótica” é uma expressão que evoca, em primeira instância, o modus operandi da própria vida em toda a sua imensa variedade de suportes, porque nada é mais violento do que a existência na biosfera, nada é mais violento do que nascer e morrer, e nos interstícios destes extremos, manter-se vivo. Há, inegavelmente, violência nos ecossistemas: intimidação, constrangimento, coação. Sem ela, não haveria vida. A vida é incompatível com a apatia e o torpor, com a ausência da morte da qual depende a sua renovação. O que talvez não exista na biosfera de modo generalizado é a crueldade. É, portanto, a consciência da crueldade humana, e não da violência biótica em si, o que parece estruturar o discurso hegemônico por excelência neste início de terceiro milênio: o discurso ecológico, que está na ordem do dia difundindo noções de preservação, sustentabilidade, parcimônia, tolerância e respeito a outras formas de existir e a outras formas de pensar a existência.

A ecocrítica, dentro de diversas áreas, ressalta a compreensão da natureza enquanto entidade físico-material e como entidade social ativamente envolvida na dinâmica das construções culturais. Em cada cultura, a natureza tem um papel fundamental na constituição do imaginário cultural de um povo: ela é tanto natural quanto cultural; uma entidade material e uma idéia/visão mítica que participa na definição identitária. Os contribuintes deste livro examinam diversos aspectos e formas de violência biótica que revelam a conturbada relação entre o ser humano e a natureza. [texto extraído da orelha do livro]

Orgulhosamente, estou participando deste livro com o ensaio Cinemas da Natureza, Naturezas do Cinema: ‘Jeremiah Johnson’ e a reconciliação do homem com o mundo natural; onde, a partir do filme Jeremiah Johnson (Sidney Pollack, 1972), delineio uma trajetória nas representações do espaço natural pela arte cinematográfica, do pioneirismo dos irmãos Lumière a uma vertente do cinema contemporâneo que privilegia o retorno do homem ao mundo natural. A análise técnica do filme e do gênero faroeste, assim como o exercício comparativo, não apenas com exemplos advindos do próprio cinema, mas também pela pintura, através do nome de Caspar Friedrich, são os meios que utilizo para refletir o diálogo travado pela natureza e a imagem de cinema.

Para adquirir o livro, acesse o site da Editora UFPE.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

ESPECIAL WES CRAVEN - FILMOLOGIA



Desde sempre estivemos mais ou menos driblando um problema que, cedo ou tarde, surgiria na vida da redação e, de modo geral, na vida de todo cinéfilo. Este problema, qual seja, assim se dá: como abordar uma vastidão. Esta não é uma pergunta, mas uma colocação. A vastidão aborda-se a partir de algum local específico. Agora sim, falemos numa pergunta: como adentrar na vastidão do cinema feito nos Estados Unidos? Nos perguntávamos frequentemente, há algum tempo, sobre por qual porta ou por qual janela queríamos sondar/aproximar nossas percepções sobre toda uma certa natureza de cinema. Chegamos, sem unanimidade interna, a Wes Craven, o homem que se divide entre a filmagem direta e honesta das formas e ideias e entre limites de absurdos tão grandes que em alguns casos seus filmes podem ser (e às vezes até devem ser) tomados por estúpidos e patéticos – e, de fato, o são, mas em diversos níveis e atendendo à mesma diversidade de discursos. Essa é também uma natureza do cinema de Hollywood e de seus becos e estúdios.

De certo modo, aproveitamos o lançamento de Pânico 4 nas salas de exibição, que acontecerá agora em abril, para publicarmos um especial decerto bem oportuno. Aqui está uma espécie de guia por dentro dessa filmografia complicada e em alguns momentos bem torta, mas sempre sincera. Ingressemos então nesta edição, a mais longa de todas as que já fizemos. Nela, sem dúvida alguma, todos nós da equipe, em acordo ou desacordo com o cinema de Wes Craven, estivemos irrepreensivelmente em torno do sangue e do romance, esses signos maiores, ambos criminosos e hipnotizantes, que unem desde sempre a cinefilia e o gosto pelo cinema.

Edição Especial #04 Wes Craven

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