quinta-feira, 30 de julho de 2009

A HARMONIA CELESTE


2001 - Uma Odisséia no Espaço, Stanley Kubrick, 1968.

A afirmação de que uma harmonia é engendrada pelo movimento dos astros, como sons produzidos sinfonicamente, foi apresentada com elegância e penetração por quem a disse, sem que atingisse, no entanto, a verdade. Alguns pensadores deduzem que necessariamente o movimento de corpos tão grandes deva produzir um som. Pois isto já ocorre com corpos sobre esta Terra, embora não tão grandes e transportados por movimentos de menor velocidade. Assim, a enorme velocidade do Sol e da Lua e de astros em tão grande número e tamanho deve necessariamente produzir sons prodigiosos. Admitem isto e também que a diversa distância dos astros de seu ponto central corresponde às relações numéricas da harmonia musical. E como resultasse absurdo que não ouvimos estes sons, explicam que os ouvimos desde o nascimento, e que por conseguinte falta-nos o contraste com o silêncio necessário para que pudéssemos percebê-los. Pois as distinções do som e do silêncio estão reciprocamente condicionadas, acontecendo conosco o que ocorre aos ferreiros que, por hábito, já não ouvem as batidas de seus martelos.
ARISTÓTELES, De Coelo


Eu sabia que existia
Há um pairar constante
Silêncio impedido
Algo mais no ouvido da alma

Esse corpo movido
O gritar do nascer
Soa aqui e aí
Une-nos

Digo não ao hábito.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

PÉROLAS


Museu da Língua Portuguesa, Estação da Luz / SP.

Lembrança fotográfica do amigo Osmário Marques, por sua recente visita à minha terrinha, ou melhor, meu cimentinho natal...

sábado, 25 de julho de 2009

O FAZER DA FLOR


Minha Querida Dama, George Cukor, 1964.

O processo de escrever é todo feito de erros – a maioria essenciais – de coragem e preguiça, desespero e esperança, de vegetativa atenção, de sentimento constante (não pensamento) que não conduz a nada, não conduz a nada, e de repente aquilo que se pensou que era ‘nada’ era o próprio assustador contato com a tessitura de viver e esse instante de reconhecimento, esse mergulhar anônimo na tessianônima, esse instante de reconhecimento (igual a uma revelação) precisa ser recebido com a maior inocência, com a inocência de que se é feito. O processo de escrever é difícil? Mas é como chamar de difícil o modo extremamente caprichoso e natural como uma flor é feita.
Legião Estrangeira
CLARICE LISPECTOR


E se escrever é viver, viver também é um processo de erros.

Não ser conduzido a nada. Mas chegar na ‘coisa’.

Eu preciso do momento.

Sentir.

Que eu seja a flor.

terça-feira, 21 de julho de 2009

EM PERMANENTE ESPERA






O Terceiro Homem, Carol Reed, 1949.

Por conta de minha recente aproximação com O Ídolo Caído acabei revisitando O Terceiro Homem, filme do qual guardava poucas lembranças. Curiosamente, a essas poucas acho que poucas se acrescentarão, pois as que em mim já habitavam eram inquestionavelmente as melhores de todo filme. Óbvio: todas as aparições de Orson Welles... Impossível não perceber como até as filmagens se aprimoram com sua presença em cena! É com ele que os cenários melhor dialogam: o parque de diversões e a assombrosa roda-gigante, os becos escuros da Viena noturna, os inesquecíveis dutos do esgoto sujo, largos, úmidos, quase palpáveis... É, esses últimos se destacam. A abertura das lentes aos longos corredores é a mais perfeita possível, a agilidade dos cortes, o esconde-esconde com a polícia, um vai e vem que parece grudar Welles pelas paredes, tornando-o parte integral daquele sub-mundo, daquele espaço degradado, esquecido, podre.

Mas como sempre, rever uma obra-prima nunca é vão! E como estou satisfeito por ter adicionado mais uma cena em minha memória... Não, sem Welles, na verdade, quase sem ninguém, numa imagem onde os corpos parecem apenas pontos perdidos no espaço, distanciados para todo o sempre, sem a menor possibilidade de contato. Estou falando da última imagem (interessante como desde aquele post em que refleti A Imagem Final tenho me surpreendido com grandes encerramentos cinematográficos), a cena em que Joseph Cotten espera Alida Valli (os personagens nunca superam os atores...), numa última tentativa de aparente sedução, expectativa de desejo.

Ela caminha em nossa direção.
Passos inteiramente e pacientemente filmados.
Desde o fundo da perspectiva até a superfície da tela.
Passa sem sequer dirigir-lhe um olhar.
E o espaço permanece vazio.
Pois nem o homem parece mais existir quando sozinho.

Carol Reed supera todas as expectativas com esse final, pois demonstra não ter medo da duração excessiva do tempo filmado, nem do conteúdo encenado, com uma melancolia despreocupada tão distante dos necessários happy end do cinema clássico. Isso, tudo isso pra lembrar como Reed soube ser moderno em seu tempo, à sua maneira, discreta, mas eterna. Nesses últimos passos, nessa perspectiva infinita, diversos são os modernos que habitam, de Antonioni a Gerry, está tudo lá, no núcleo da imagem. Eu permaneço com Cotten, na solidão de uma espera, de uma contemplação que na verdade nem deseja mais nada, mas que se contenta em ficar, em preencher um mundo encerrado que não termina de existir.

Eu sei que algo vai me acontecer.

domingo, 19 de julho de 2009

O ÍDOLO CAÍDO


O Ídolo Caído, Carol Reed, 1948.


Novo Post no MAKING OFF

SINOPSE:

Tudo está tranqüilo na Embaixada londrina. Philippe, o filho do embaixador, se relaciona em veneração com seu mordomo, Mr. Baines. Por acaso, acaba se envolvendo nas complicações que este vem enfrentando em seu casamento.
Amor. Traições. Uma briga. Uma morte.
Como manter os pés no chão ao descobrir que seu ídolo é apenas um homem?
Como lidar com a possibilidade de um crime?
Como guardar um segredo?

CRÍTICA:

É com um relógio que os policiais tentam entreter o menino durante as investigações do crime; é num relógio que um dos serviçais se debruça para não permitir o atraso, atrapalhando ironicamente o trabalho dos investigadores; todo o prédio da Embaixada, em todos os andares, abriga relógios dos mais variados estilos e tamanhos. Não, a ênfase a esses objetos não é tão explícita durante o filme; mas é por demais curioso observar como a recorrência a eles esclarece um pouco mais do universo aí erigido.

Muitos foram os cineastas que imprimiram traços de uma modernidade urgente antes dos reconhecidos movimentos europeus que a segunda metade do século XX contemplou. Ora, até mesmo nomes como os dos irmãos Lumière contribuíram mais nesse sentido do que grande parte daquilo que se convencionou fazer com o aparato cinematográfico nas décadas seguintes, dentro da nomenclatura ‘Cinema Clássico’. Por isso é tão satisfatório deparar-se com exemplos de um cinema assumidamente clássico, já portador de elementos embrionários e decisivos para o arranque moderno que o cinema viria conhecer depois. E é no tempo, assim como pelo tratamento permitido por ele ao espaço – duas variáveis basilares para a linguagem do cinema – que O Ídolo Caído vai pronunciar sua arrojada visão diante da narrativa e das implicações que ela provoca.

O domínio do tempo. A consciência precisa de uma duração que mostre pouco, mas revele muito. Talvez um dos maiores méritos de Carol Reed na realização desse filme seja evidenciar a humildade diante da imagem final, pois sejamos sinceros, são incontáveis os ângulos em O Ídolo Caído que pedem mais tempo, que forçam nosso olhar e desejo a querer contemplá-los mais e mais, tamanha a riqueza da encenação, o frescor da fotografia, a textura que a imagem pulsa a cada reviravolta da intriga que por si, já oferece um rico painel de inquietudes humanas. O preciosismo com que Reed apreende cada espaço, cada cômodo, cada degrau ou parte de um corrimão, à maneira como ele ilumina o marmóreo chão, ou como se vale da arquitetura para construir uma obra tão bem arquitetada, tudo isso dentro da medida exata do tempo, é o que permite considerar tal filme como uma obra moderna.

Filmado logo após O Condenado (1947) e imediatamente prosseguido por O Terceiro Homem (1949), O Ídolo Caído se inscreve como mais um dos pesadelos barrocos do cinema de Carol Reed. Marcadamente político, desde que fora contratado para filmar obras que servissem como propaganda de Estado durante a 2ª Guerra Mundial, Reed consegue em O Ídolo Caído imprimir um tom político não evidente como nos outros filmes citados, pois aqui, em consonância com o período da Guerra Fria, as evidências se escondem na beleza das superfícies banais, como nos segredos trocados entre o menino e o mordomo, nas inverdades e jogatinas provenientes desse estado oculto dos fatos. O intimismo é o foco. Se em seu filme anterior, Reed desbravou o centro londrino, e no posterior, devassou as entranhas de Viena até os esgotos, amalgamando seus ambíguos personagens com o espaço encenado, em O Ídolo Caído, também fará isso com a interioridade de um lar, um imensurável espaço (Embaixada) suspenso na grande geografia britânica, que por sua vez suspenderá seus habitantes num interminável jogo de luz e sombras, de ambiguidades e incertezas. E para se chegar a uma verdade, ainda que ela se alicerce em terreno tão movediço como o das convicções humanas, será preciso resistir a esse lugar, ao espaço e ao tempo que, protagonistas principais, atestarão uma obra que permanece cada vez mais próxima daquilo que não pode ser chamado de clássico ou moderno, pois como em toda verdadeira arte, só pode receber um nome: imortal.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

SESSÃO DISSENSO



Neste sábado (18), às 14h, em continuidade as atividades do Cineclube Dissenso, na parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), será realizada uma sessão de filmes com entrada gratuita seguida por debate aberto ao público. A idéia, que é sempre apresentar obras raras, de difícil acesso e ausente do circuito exibidor, criando mais uma opção aos amantes do cinema na cidade, contará dessa vez com uma sessão voltada para um dos gêneros mais caracteristicamente cinematográficos: o SUSPENSE.

Será exibido O Ídolo Caído (1948), filme inglês do Sir Carol Reed (1906-1976), que exemplifica o refinado exercício de suspense exercido pelo cineasta no pós-guerra, com um estilo particular que culminaria em sua reconhecida obra-prima O Terceiro Homem (1949). A criação desses filmes, lembrados para sempre como pesadelos barrocos, nutre profunda relação com uma vertente do cinema clássico que abria caminho para o que viria a ser entendido por modernidade cinematográfica, na segunda metade do século XX. E é claro, em se tratando de suspense, Reed também dialogava com a obra do mestre, seu conterrâneo: sir Alfred Hitchcock (1899-1980). Nossa sessão, ao incluir a exibição do episódio piloto (Vingança, 1955) da famosa série televisiva Alfred Hitchcock Presents, objetiva justamente a percepção desse diálogo e as reflexões permitidas ao desenvolvimento de um gênero em constante renovação na linguagem cinematográfica.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

OS CONTORNOS DO HORIZONTE

Foi o deserto quem me levou ao cinema de Bruno Dumont. A areia de Twentynine Palms... Gerryzei em tudo aquilo. No amor e na dor do casal que precisava avançar.

É ao deserto que me reconduzo em Flandres. Mas agora só resta a dor. A convicção de uma guerra inconvicta, atos que se justificam na simplicidade do mau, no desejo de machucar. Pois até o amor dói na juventude.


Flandres, Bruno Dumont, 2006.

Uma jovem abandonada no cio. Dois machos abandonados pelas autoridades em meio à guerra. Lugar onde Dumont mais uma vez encontra abertura para não explicar nada, pois uma guerra não se pensa.

Homens-insetos penetrados pela areia, esquecidos no ventre de uma terra que os devora aos poucos, que os confunde com o vento, e que prosseguem não sabemos para onde. Apenas seguem. Algo os espera.

O horizonte é certo.
Nele há uma COISA.
Seu contorno assombra a jornada.
Como identificar o encontro com ela?

Há uma COISA me atraindo no cinema...
Eu já toquei, mas...





MUDANÇAS

/.../

no deserto
é o
olho

quem molda
as formas

do horizonte.

no deserto
é o
olho

quem forma
as normas

dos contornos.

no deserto
somos
o olho.

CONRADO FALBO

sábado, 11 de julho de 2009

DÉJÀ VU

Ecos...

Amor? Ódio? Cinema?

Rendo-me.

Nada mais me é permitido saber.



Eu Não Quero Dormir Sozinho, Tsai Ming Liang, 2006.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

SESSÃO DISSENSO



Um filme que confirma Tsai Ming-liang como um dos realizadores asiáticos mais apaixonantes dos últimos anos.
Olivier De Bruyn, Le Point

Um filme nostálgico de uma grande beleza plástica. É solene como uma cerimónia de despedida. No último plano magistral, acompanhado por uma canção melancólica, Tsai Ming-Liang mostra mais uma vez num instante frágil e poético que o cinema pode preencher a solidão irremediável da existência humana.
Florence Colombani, Le Monde

Um filme soberbo com uma tristeza visceral e uma beleza devastadora.
Romain Le Vern, aVoir-aLire.com

Uma ode cheia de esplendor à sétima arte.
Jérôme Provençal, Les Inrockuptibles

Este filme é um adeus de uma execução orgulhosa. Violentamente poético, está inundado por essa via electrizante própria das obras-primas.
Stéphane Piatzszek e Olivier Seguret, Libération

O realizador confirma que é um dos mais dotados da nova geração de Taiwan.
Pierre Langlais, L'Humanité

Tudo o que dá valor ao cinema, tudo o que projectamos no ecrã do desejo, de recordações e esquecimento realizado de forma esplêndida e depurada, e também com humor.
Jacques Morice, Télérama

Um dos cineastas mais dotados de hoje em dia. Uma homenagem nostálgica ao cinema.
Pascal Mérigeau, Le Nouvel Observateur

Um belo filme sobre a procura do amor e do reconhecimento através das cores do cinema.
Jean-Christophe Ferrari, Positif

Situado algures entre um Beckett asiático e um Antonioni frio, um filme que toca pela força sugestiva da sua realização.
Olivier de Bruyn, Première

Filme hipnótico, fantasmático, quase mudo, triste e melancólico.
Christophe d’Yvoire, Studio Magazine

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O ROMPER DA IMAGEM / HOMENAGEM À CHUNIBALA DEVI

No último sábado tive a oportunidade de conhecer um tio, irmão de minha avó, a quem nem ela via há quase 40 anos. Muito frágil, ele já conta 94 anos de idade.

Que coisa extraordinária é se deparar com tanta vida em um só corpo.

Eu nada poderia oferecer naquele instante que não fossem meus ouvidos atentos, meus olhos encantados, minha reação que longe de transmitir um aparente silêncio, reagia no meu íntimo com toda intensidade e reverência.

Gosto demais do contato com pessoas assim, pois me mostram o outro lado do que meus limitados olhos não podem ver. Um lado em que todo o conhecimento científico é secundário, pois a especialidade em jogo é o existir.

Foi esse episódio, que de tão pequeno conseguiu marcar-me para sempre, o responsável por enfim eu vir comentar algo sobre um filme que estou devendo por aqui (são muitos em dívida):

A Canção da Estrada, do maior dos indianos, Satyajit Ray (1955).



O ângulo acima exprime todo o comentário que eu gostaria de fazer sobre a obra, justamente a respeito da velhice e da maneira como ela pode ser apreciada pelo cinema.

Qual o limite de uma imagem para suportar a vida representada nela?

Pergunto-me isso ao ver um quadro como esse.
O embalar do nenê.
A semente da vida.
Em repouso sobre um corpo marcado.
Pele rasgada por vincos que imprimem os anos.

Como não me espantar diante de tanta vida em um só ângulo?



Todas as cenas preenchidas pela infância / velhice parecem romper qualquer limite estabelecido. Ultrapassar a expectativa do que seria uma convencional narrativa familiar de gerações em contato. Há muito mais aí.

Confesso que poucas vezes tive a oportunidade de me apaixonar por uma atriz dessa forma, numa primeira descoberta, num amor à primeira vista... Ainda bem que eu cedi. Pois no caso dela, essa é praticamente a única vista possível.

Chunibala Devi, atriz dos teatros indianos, com apenas 2 filmes dispensáveis no currículo em meados dos anos 30, foi milagrosamente encontrada por Satyajit Ray para encarnar a tia mais velha do menino Apu. Seus 80 anos, naturalmente maquiados em sua pele e postura, não apenas compuseram uma das mais fabulosas interpretações que o cinema já registrou, como facilitaram o próprio trabalho de Ray, seu primeiro, sua obra-prima. Infelizmente a vida não lhe permitiu sequer assistir o resultado de tão notável trabalho, pois pouco antes do fim das filmagens, o corpo de Chunibala despediu-se do último fôlego. Exatamente como vemos no filme.

Fico me perguntando o que passou pela mente dessa mulher ao interpretar um papel que viveria em poucos dias. E não posso deixar de ridicularizar a própria idéia de interpretação, pois nada em Chunibala se aproxima de tudo que eu já vi em termos de encenação, de falseamento.

Ela vive diante da câmera. Não é preciso truque.

E por mais que o trabalho de Ray chame atenção, pois não é pouco o que ele produz com seus paupérrimos recursos, inspirado declaradamente na formação neo-realista que teve ao lado de Jean Renoir, é muito difícil conter o ímpeto de ficar me rasgando em elogios ao que essa mulher realizou.

A ela, a minha homenagem.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

SESSÃO DISSENSO



Figures in a Landscape (1970) encena uma fuga sem motivo esclarecido, num exuberante cenário montanhoso. O enredo a princípio é absurdo. Dois homens fogem (do quê?), um helicóptero os persegue (por quê?), e a paisagem é de uma opacidade grandiosa, intransponível. Mas em Losey nenhuma paisagem é infra-social, e desde o início percebemos a não-gratuidade do jogo. Figures é um momento de depuração, de canalização da experiência rumo a seu núcleo. Os eventos vão ficando cada vez menos imprecisos e mais exatos, as ações se educam no discernimento do que é vital e do que é insólito na narrativa. Há um plano-seqüência que começa com o helicóptero sumindo no horizonte e os dois fugitivos (Robert Shaw e Malcolm McDowell) despontando no topo de uma montanha, vindo em direção à câmera, que passa a acompanhá-los com travelling. Os personagens conversam, fumam, andam, descansam, existem. A câmera anda, pára, prossegue, respira. Em Losey, a vida de um homem, assim como o mundo que a comporta, é um surgimento. Ele oferece um espaço para os atores, que se tornam hospedeiros de uma força e de um movimento convergentes, deflagradores de um estágio crítico na posição do homem face à natureza e aos outros homens.

LUIZ CARLOS OLIVEIRA JR.
(texto completo aqui)