sábado, 27 de agosto de 2011

ESPECIAL MAX OPHÜLS - RETORNO DO MULTIPLOT!



É com alegria que compartilho o retorno do site MULTIPLOT!, com equipe ampliada e novo espaço para discussão. Registro a seguir, algumas palavras do Editorial assinado pelo amigo Daniel Dalpizzolo, que dão conta da novidade:

Através do especial, composto pela biografia deste gênio e críticas para 19 de seus filmes, buscamos organizar ideias e uma análise geral tanto dos filmes quanto das principais características de Ophüls, da pulsão iminente destes filmes e do estilo único com que filmava, que o fizeram ser um diretor diferenciado, um genuíno artista que buscava caminhos até então inexplorados pela arte. Fazer jus ao legado deixado por Ophüls é uma tarefa praticamente impossível, é verdade, mas o resgate deste cineasta nos pareceu a melhor forma de darmos início ao projeto, torcendo para que ele sirva de incentivo para que os cinéfilos que nos visitarem busquem conhecê-lo e se aprofundarem na sua obra. Vale lembrar que especiais como este serão lançados a cada quatro meses — mas, no tempo intermediário, outras propostas coletivas devem surgir em torno de temas e autores.

Além do especial também temos em nossa estreia uma seleção comentada sobre a Hollywood dos anos 70, alguns textos sobre filmes atualmente em voga no circuito nacional, como A Árvore da Vida, Lola, Meia-noite em Paris e Super 8, além de críticas para filmes de outros anos e décadas, que serão recorrentes por aqui. As atualizações do Multiplot! serão semanais, procurando equilibrar textos dos filmes que estão passando nos cinemas com as raridades e os filmes de escolas e de diretores que cultuamos e que temos por interesse repassar para os eventuais leitores, pois afinal a arte, e no caso específico do Multiplot! o cinema, não merece ser resumida ao seu caráter efêmero da experiência instantânea — e sim atravessar gerações para viver eternamente em nosso imaginário.

Boa leitura a todos.

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terça-feira, 16 de agosto de 2011

ESPECIAL PHILIPPE GARREL - FILMOLOGIA



Estamos atrasados: quando nos demos conta, o dia 21 de junho havia passado enquanto nossos olhos, por motivos alheios a nós mesmos, permaneciam fechados. O Filmologia fazia ali seu primeiro aniversário, não alardeado nem comemorado e nem sequer mencionado em nossas páginas. Quando resolvemos empreender essa ideia – ainda hoje, podemos dizer, arriscada e apaixonante –, jamais pensamos no quanto é difícil assumir e reassumir dia-a-dia, mês-a-mês uma posição algo política que, desde o começo, tentamos manter: não privilegiar os mesmos nomes e não dedicar atenções especiais somente a cineastas cujas linhas de pensamento se entrelaçam em golpes de igualdade e em definições de “bom ou mau gosto”. Gostamos, basicamente, da discrepância, do exagero na quebra das edições e de ideias, de certa pluralidade que não pensa em estabelecer limites. É isso o que nos cobra uma atenção quase doentia na escolha de nomes e temas a serem abordados dentro dessa linha de não adotar ninguém fora do tempo de exposição de um novo número, embora nossos corações sempre prefiram certas coisas a outras. É da natureza das emoções, transformar, todas elas, em contradição. Se nesse primeiro ano passamos por emoções diversas, de Kaurismäki, Teshigahara, Khouri, Tarr, Craven e Deren, estes cinemas de presenças e de figuras que encaram sua existência material em níveis de percepção bem peculiares, então é hora de nos voltarmos, literalmente, para o mundo dos espectros, para a presença de reminiscências, para o que sobra do signo e do referente. Precisamos tocar o amor.

Nosso presente número carrega algumas observações a respeito de um cinema que sabe o estrago que faz ao roubar os instantâneos da vida humana e revelá-los a partir de recortes e de representações em anteparos de um esbranquiçamento essencial para a projeção. Um cinema que, em seu íntimo, o mesmo de seu criador, sabe-se um tanto criminoso. O cinema de Philippe Garrel. No decorrer de nossos contatos íntimos – o que gera sempre saudáveis olhares distintos – com o cinema de Garrel, pudemos enxergar segredos que, como o próprio cineasta chegou a afirmar numa entrevista, são revelados com um senso e uma clareza de destruição do amor e da vida muito diretos, porque ambas as coisas são incompreensíveis. Tais segredos, em Garrel, estão todos ligados aos primórdios das imagens de intimidade, locais onde nem sempre a luz consegue tocar com firmeza – ela surge sempre em quantidade insuficiente ou demasiado excessiva – para nos evidenciar o que se passa. Pois é na intimidade, na autobiografia, nos momentos em que a película se torna página de diário, nos delírios de suavidade e de tristeza, nos registros e nas capacidades de revelação da luz e da sombra através da impressão em filme, que para Garrel nasce o amor, força gravitacional que, em paralelo, é precisamente aquilo com o que podemos nos munir para representar a incompletude dos abismos e a vastidão do Invisível que nos influencia.

Edição Especial - #06 PHILIPPE GARREL

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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

FILME PERDIDO DE ALFRED HITCHCOCK



Meu Deus, a alegria está tão grande, mas tãããão grande aqui no peito, que preferi divulgar na íntegra a mesma matéria que acabo de ler no globo.com Excelente notícia para o mês de aniversário do mestre... Contagem regressiva!

Três rolos do filme mudo “The white shadow”, de 1923, foram localizados nesta quarta-feira (3) na Nova Zelândia. Esta é a primeira obra que se tem conhecimento que leva o crédito de Alfred Hitchcock, morto em 1980. O diretor, então com 24 anos, assina o roteiro, a assistência de direção, a edição e a direção de arte.

De acordo com o The National Film Preservation Foundation (Fundação Nacional de Preservação de Filme, em tradução livre), os rolos encontrados são de uma série de seis e estavam no The New Zealand Film Archive (Arquivo de Filme da Nova Zelândia). Os outros três rolos estão desaparecidos, segundo a fundação.

O filme é estrelado por Betty Compson, que interpreta duas irmãs gêmeas: uma angelical e outra “sem alma”. “The white shadow” é um melodrama que conta com desaparecimentos misteriosos, cabarés tomados pela fumaça, romance e loucura.

Dois anos após "The white shadow", Hitchcock estreou como diretor em "The pleasure garden". Somente depois, ele seguiu pelo caminho do suspense com obras como "Psicose" e "Os pássaros", entre outras.