sábado, 5 de setembro de 2009

MEU CORPO É PALAVRA

Eu poderia fazer poesia.
Poderia copiar aqui minha dissertação.
Mas há um poder na imagem que não pulsaria.



É quando a dissertação vira tela.
Meu corpo colando-se aos papéis que não findam.
Quando vejo eu e não encontro outro estar que não seja prostrar-me.



A carne tornando letra.
Borrando o indistinto movimento do gesto, do intelecto.
Sem margens para recorrer, sem tempo restante. Apenas em confusão de matérias:



Mas a luz surge.
Sem telas, palavras, cores, papéis.
Onde somos tudo e me basta ser: IMENSO.


Jackson Pollock (pintor) e Hans Namuth (fotógrafo), 1950.

3 comentários:

  1. Querido Nando,
    Vejo com angústia suas palavras que são também poéticas, deixando a alma da gente assim, numa profusão de linhas caóticas, sem um norte, na mistura tela/sentimento que você expõe maravilhosamente bem com Pollock.
    Um grande beijo.

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  2. Realmente, suas palavras são angustiantes, mas poéticas. Acho que você deveria fazer uma antologia poética dos posts desse blog. Não esou sendo irônico, viu!

    Só não tenho muita visão para Pollock... não sei como entendê-lo, não sei por onde começá-lo. Não sei nem se fazer entender é o objetivo da arte.

    Mas sou pelas palavras de Tarkovski: toda arte tende a persuadir, mas não necessariamente com linguagem objetiva, racional... às vezes, é o impacto emocional que nos arrebata...

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  3. A melhor coisa a fazer com Pollock é vivê-lo...

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