quinta-feira, 13 de agosto de 2009

10 ANOS DE CINEFILIA + ANIVERSÁRIO DO MESTRE









É dessas coisas que não dá pra racionalizar. Mas que existem e marcam pra sempre. Foi há dez anos. No centenário de Alfred Hitchcock. Naquela semana especial que o Corujão dedicava ao mestre. Aquela madrugada de segunda-feira. Meu nascimento.

No cadavérico olho de Janet Leigh meu embrião.

Se é necessário um sacrifício para a redenção, nessa morte eu encontrei a vida, a pulsão da imagem. Na mais impressionante sequência que o cinema já concebeu. Não me importa a morbidez da situação, pois é por ela que eu cheguei aqui. Como se em cada facada (não vista) os primeiros fôlegos me tomassem. Em seu último grito minha primeira voz.

Me faltam palavras e até ângulos para expressar o que gostaria.

Que o mestre fale por mim:

Minha principal satisfação é que o filme agiu sobre o público, e disso eu fazia muita questão. Em Psicose, o tema me importa pouco, os personagens me importam pouco, o que me importa é que a montagem dos fragmentos de filme, a fotografia, a trilha sonora e tudo o que é puramente técnico conseguiram arrancar berros do público. Creio que para nós é uma grande satisfação usar a arte cinematográfica para criar uma emoção de massa. E, com Psicose, realizamos isso. Não foi uma mensagem que intrigou o público. Não foi uma grande interpretação que transtornou o público. Não era um romance muito apreciado que cativou público. O que emocionou o público foi o filme puro. E daí vem o orgulho que sinto de Psicose: é um filme que pertence a nós, cineastas, a você e a mim, mais do que todos os filmes que fiz.
ALFRED HITCHCOCK

Feliz Aniversário!

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