quinta-feira, 30 de julho de 2009

A HARMONIA CELESTE


2001 - Uma Odisséia no Espaço, Stanley Kubrick, 1968.

A afirmação de que uma harmonia é engendrada pelo movimento dos astros, como sons produzidos sinfonicamente, foi apresentada com elegância e penetração por quem a disse, sem que atingisse, no entanto, a verdade. Alguns pensadores deduzem que necessariamente o movimento de corpos tão grandes deva produzir um som. Pois isto já ocorre com corpos sobre esta Terra, embora não tão grandes e transportados por movimentos de menor velocidade. Assim, a enorme velocidade do Sol e da Lua e de astros em tão grande número e tamanho deve necessariamente produzir sons prodigiosos. Admitem isto e também que a diversa distância dos astros de seu ponto central corresponde às relações numéricas da harmonia musical. E como resultasse absurdo que não ouvimos estes sons, explicam que os ouvimos desde o nascimento, e que por conseguinte falta-nos o contraste com o silêncio necessário para que pudéssemos percebê-los. Pois as distinções do som e do silêncio estão reciprocamente condicionadas, acontecendo conosco o que ocorre aos ferreiros que, por hábito, já não ouvem as batidas de seus martelos.
ARISTÓTELES, De Coelo


Eu sabia que existia
Há um pairar constante
Silêncio impedido
Algo mais no ouvido da alma

Esse corpo movido
O gritar do nascer
Soa aqui e aí
Une-nos

Digo não ao hábito.

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