quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

INDIGNAÇÃO

Ontem eu vivi um dos episódios mais tristes de minha vida cinéfila. Desses que conseguem me deixar afastado de uma sala de cinema por semanas, até meses. Curiosamente em dias que eu estava me perguntando do porquê de eu ser um cinéfilo sem tanto carinho pela sala cinematográfica em si. Das muitas justificativas duas sobressaem:

1. A qualidade dos filmes: quase 100% dos filmes que foram definitivos em minha vida foram vistos fora das salas de cinema; se alguns deles eu pude ver na tela grande, não foi em âmbito comercial, mas na Universidade ou em Cineclubes;

2. O desrespeito do público: eu até tento não ser tão avesso à coletividade, mas... Conversas no celular, gargalhadas dentro ou fora de hora, marmanjos que estendem os pés (descalços e fedidos) nas poltronas da frente, sem se importar se tem alguém ao lado desta [sofri com isso na última semana], são alguns dos fatores que me fazem preferir sessões individuais;

E como eu disse no início, ontem pude somar mais uma razão para ficar longe dos cinemas:

3. O desrespeito dos próprios administradores das salas!

Foi numa sessão do filme Atividade Paranormal, no cinema do Shopping Tacaruna (Recife), gerenciado pelo Grupo Severiano Ribeiro, um dos maiores exibidores comerciais em atividade no país. Faço questão de registrar minha indignação com a maneira como o público é tratado nas salas destes cinemas (a reclamação se estende aos outros cinemas do complexo, pelo menos aqui de Recife). Pode parecer insignificante, mas não é:

1 MINUTO ANTES DE TERMINAR O FILME, UM FUNCIONÁRIO ENTRA NA SALA E ABRE AS PORTAS DE SAÍDA, QUE SE LOCALIZAM NA FRENTE DA SALA, AO LADO DA TELA.

Eu compreendo que o objetivo de um cinema seja o lucro, não estou pedindo caridade, mas se eu pago por uma sessão de um filme que dura 99 minutos, acredito que eu tenha o direito de permanecer na sala por 99 minutos sem ser incomodado pelos funcionários. Nunca aprovei essa atitude administrativa por parte dos cinemas, mas ontem, pela primeira vez pude perceber o quanto ela pode ser nociva para a apreensão de um filme. Estávamos na última cena, quando finalmente o público adolescente se aquietava entretido no suspense, e o funcionário entrou, abrindo a porta e inundando de luz um cinema escuro, incentivando a garotada para explodir em baderna exatamente no clímax do filme...

Acho que nunca eu tinha me sentido tão expulso de um lugar, como se dissessem saia logo daqui! Saí do cinema profundamente magoado, ofendido e triste, como se eu tivesse mendigado pra ver um filme. Arrependido por não ter simplesmente baixado o Rip do mesmo e visto no meu quarto (onde com certeza eu teria me assustado), fico me perguntando o que é que me incentiva a voltar a um cinema, pagar caro, sabendo que não poderei assistir a um filme sem contratempos...

6 comentários:

  1. Fernando,
    Concordo com vc.O povo não têm um pingo de Educação e boas maneiras. Para ficar calminho e se divertir, visiite o Compartilhando as Letras. Te aguardo lá.
    Beijão

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  2. Doutorrrrrr Fernandoooo.
    Apareça!!! Te espero lá no Compartilhando,viu?? abraços

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  3. Fernando, mesma coisa comigo, no Plaza. Além dos adolescentes hienas (ok, sessão 17h de feriado é deles mesmo, o erro foi meu), o funcionário abriu as portas no meio do último plano. Absurdo.

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  4. História tenebrosa. O pior foi ter acontecido justo no final DESTE filme, azar.

    O cinema da minha cidade (Itabuna, interior da Bahia) também coleciona diversas histórias como esta. Só estou indo ao cinema em ultimo caso. E de mês em mês.O mundo dos cinéfilos está perdido.

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  5. Estes motivos são os mesmos que me fazem sair da casa muito pouco pra ir ao cinema, mesmo gostando do longeplex [Box Cinemas] mas a falta de educação dos colegas de poltrona realmente é uma coisa que me incomoda muuuuito! Boa sorte na próxima sessão!
    [enquanto isso vamos nos divertir com o Mko =D]

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