sexta-feira, 5 de junho de 2009

A BOBAGEM DO ANO


Batman – O Cavaleiro das Trevas, Christopher Nolan, 2008.

Pois é, com minha mãezinha em casa eis que eu retorno a ver apenas aqueles filmes-pipoca, feitos para divertirem a família e com pouca (quase nenhuma) preocupação artística... Não é problema, eu agüento muito bem, porque eu também gosto de um blockbuster bem feito, com adrenalina, bom humor e efeitos especiais. Cinema também é isso!! E eu me alegro muito quando encontro superproduções que fazem valer toda a fortuna investida nesse negócio tão lucrativo que é o mundo das celebridades, afinal, sou um capitalista e não nego (nem me envergonho). Mas infelizmente o que eu geralmente encontro nesse tipo de produção são coisas decepcionantes, mais ou menos como esse negócio que Hollywood lançou esse ano com tanto estardalhaço chamado Batman – O Cavaleiro das Trevas...

É verdade, demorei pra assistir... Não quis ir ver no cinema porque esse não é o tipo de filme que me move a isso, e também porque ele foi falado demais, louvado demais, criticado demais, então preferi esperar a poeira abaixar pra experimentar uma opinião. E realmente é difícil não falar de outra coisa no filme que não seja:

Heath Ledger!!!

Sinceramente, eu não agüentava mais ouvir falar nele, nem ver a cara maquiada toda hora. Achei que tinham se aproveitado demais de sua recente morte e toda a falta de ética publicitária me incomodou um bocado (até porque sua perda foi a que eu mais senti esse ano, ao lado de Arthur C. Clark e Paul Newman). Mas tenho que concordar: ele é a melhor coisa do filme! E infelizmente arrematar: a única coisa boa...

Eu realmente não compreendo porque o debate sobre o filme foi tão acirrado entre os fãs do herói. Ah, é o melhor filme da série, ah, ele entendeu o espírito do personagem, ah, até Tim Burton ficou ofuscado... Pelo amor de Deus! Quem foram os trouxas que chegaram a essa conclusão??? OK, apesar de eu tê-lo como meu herói favorito, não sou fã de heróis (só do Chapolin) e não conheço a “profunda complexidade psicológica metafísico existencial” do Batman, nem tô a fim de conhecer. Venho aqui apenas registrar uma breve e certamente desnecessária opinião sobre esse filme como o humilde espectador de cinema que sou...

É, bem que eu queria ser bonzinho, mas onde raios Christopher Nolan foi deixar seus miolos??? Como é que um cara se estabelece como um dos melhores de Hollywood, abraça uma franquia dessas, brinda-nos com o ressurreto Batman Begins, para em seguida cuspir essa porcaria?? Não apenas é o pior momento de sua carreira (único ruim), como traz impressos todos os sinais de um diretor que não tem o menor senso de direção pessoal, quero dizer: estilo. OK, Nolan nunca foi um desses que se preocupou em fazer estilo, mas se render aos vícios de filmagem que aí estão foi seu fim... Cada um daqueles giros histéricos que a câmera fazia de 360° nos diálogos, tentando imprimir ritmo e ação, cada uma das tomadas forçadas para impressionar com os cenários e os efeitos, aaiii, chega fico nervoso de lembrar. Até o roteiro: péssimo!!! Será que ele esqueceu os princípios super manjados da montagem paralela?? Pô, qualquer filminho de sessão da tarde faz isso melhor!!! É necessária uma contextualização de personagens, de enredo, de sentido para fazer um troço desses funcionar!!!

Outra decepção: meu querido Christian Bale... O que te aconteceu???? Céus!!! Onde foi parar aquele lado humano que descobrimos no filme anterior??? Acho que um boneco de plástico teria substituído ele sem problema nenhum... E a Maggie Gyllenhal?? O que essa moça tá fazendo aqui???? Caramba, eu não pensei que a (pelo menos gracinha) da Katie Holmes ia fazer falta...
Ah, chega, deixa eu parar. Por isso é que prefiro escrever somente sobre coisas boas, é mais fácil manter o controle...

E não pensem que essa foi a pior coisa que experimentei esse ano, tá longe disso... E como está na época dos TOPS 2008, posso declarar o pior filme do ano... Acho que os amigos dissenso já adivinharam...

SUKIYAKI WESTERN DJANGO (Takashi Miike, 2007)

Pra mim isso nem conta como filme...

Deixa pra lá...


Brokeback Mountain, Ang Lee, 2005.

Um dos melhores momentos do Heath,

pra me recompor um pouquinho,

e representar a dor de ter visto os filmes comentados hoje...

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