sexta-feira, 5 de junho de 2009

SOU GRATO


Gerry, Gus Van Sant, 2002.

Atenção: esse post inicia uma séria de posts que desecrevem meu primeiro contato com Gerry, contaminado por todo o entusiasmo e epifania que esse filme me causou. Consequentemente, servem de justificativa para o clima de todo o blog...

Eu tinha mesmo pensado em lotar a página principal desse blog com posts que falassem somente sobre Gerry... Para isso seriam 20 posts... Mas acho que vou parar no número da perfeição.

Passada uma semana de meu primeiro contato com a ‘coisa’, acredito que enfim posso respirar, levantar a cabeça e prosseguir minha vidinha, não como se nada tivesse acontecido, mas carregando em mim e somente comigo o que me aconteceu. Claro, pude dividir (e chatear) com todos, esse episódio que jamais será apagado de minha biografia, e desejando despertar o interesse e a curiosidade dos que ainda não o viram, constatei na última terça, entre os amigos Dissenso, que minhas palavras incomodaram até mesmo os que já viram (uma reavaliação sempre é bem-vinda).

Muito mais do que compartilhar, reconheço que essa semana fui bastante egoísta aqui no blog. Remoer o mesmo assunto como numa tara pessoal... Mas enfim, acho que escrever é um ato egoísta. Valeu. Nada melhor para um objeto artístico do que causar tamanho rebuliço. Estremecer o pensamento, a razão, fazer perceber que a realidade é infinitamente maior do que esse mundo que apreendemos direta e diariamente com nossos sentidos e nossas convenções culturais e conceituais de cognição.

Como na variação do Pensador provocada no ângulo acima (meu querido Matt, pô, o cara ganhou mais mil pontinhos comigo depois desse filme), Gerry me possibilitou uma jornada incansável de reflexão, transformação e purificação. E foi muito gostoso (tentar) registrar cada sensação, cada dia, toda intensidade com que vivi essa última semana. Ver um filme assim apenas reafirma minha fé na arte cinematográfica, numa esperança que nunca morre, pois muito ainda pode ser feito, tudo ainda está por se fazer.

Coisa minha: a associação que faço entre arte e fé é tão íntima que sempre imagino uma experiência assim como um dos canais mais eficientes ao divino. É porque eu acredito que Deus me conhece, me ama, se importa comigo e com minha felicidade, que às vezes eu sinto receber certos gozos estéticos diretamente enviados por ele. Enfim, esse foi o melhor presente de aniversário que Ele podia ter me dado...

Obrigado.

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