quarta-feira, 10 de junho de 2009

OTOSHIANA



Novo post no MAKING OFF.

Esforçado minerador vive à procura de emprego, conseguindo serviços rápidos em diversos locais. Aonde vai arrasta seu filho, criança silenciosa, acompanhante de todos os seus passos.

Certo dia, recebe a recomendação de uma mina e ao se guiar por um mapa vai parar num vilarejo abandonado, cujos habitantes fugiram sob o perigo de um desabamento. Nesse estranho lugar apenas uma mulher ficou. Aguardando notícias de seu amante desaparecido. Nenhum deles sabe que o lugar permanece assombrado por espíritos de pessoas mortas...

Continuando à procura da mina, o homem passa a ser perseguido na desértica região por uma misteriosa figura vestida de branco com uma mala de couro: ninguém menos que a própria morte.

“Existem coisas que não devem ser descobertas.”

Eis a fala de um dos espíritos ao protagonista numa cena do filme. E ela me explica tudo. Me explica que o inexplicável é o objetivo central da primeira parceria entre o diretor e o escritor/roteirista naqueles idos dos anos 60 (milagrosos), que contariam com mais 3 criações conjuntas entre eles.

Em Otoshiana, uma aproximação do fantástico como raras vezes a linguagem cinematográfica conseguiu obter, com segurança e consciência em pleno equilíbrio com a inventividade e a necessidade da descoberta de novas possibilidades para o domínio da imagem audiovisual. Em Otoshiana, uma reflexão sobre o indivíduo, seu lugar na sociedade e no mundo, seus recursos de sobrevivência, sua luta contra o próprio destino, igualmente cruel. Em Otoshiana, um cinema submetido ao corpo (como numa prévia do que explodiria em A Mulher das Dunas), à pele, aos poros que não cessam de transpirar, em todos, em tudo, num espaço que aparenta existir apenas para abrigá-los, consolá-los da dor, do fim.

ATENÇÃO: próximo sábado (13), esse filme será exibido no Cinema da FUNDAJ, às 14h, como sessão do Cineclube Dissenso. Entrada franca.

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