sexta-feira, 5 de junho de 2009

A FORÇA DE UMA POSSIBILIDADE


Hannah e suas Irmãs, Woody Allen, 1986.

Quando o personagem de Woody Allen pensa no suicídio, o faz pela desilusão com a vida e com Deus. A decepção com o judaísmo leva-o a procurar outras religiões e seitas, mas nenhuma o satisfaz. Por isso pensa na morte como solução. Não consegue atirar. Parece nem ter conseguido deixar de acreditar.

É então que se pergunta: “Mas e se eu estiver errado? Se Ele existe?” Ele percebe que pode estar certo, que a vida pode não levar a nada e que não passamos de lixo. Mas toda possibilidade tem duas faces.

Ainda vivo, sai pelas ruas, perdido, envergonhado. Quando se depara com um cinema e entra nele. E é lá, onde está sendo exibida uma obra dos grandes irmãos Marx, que Woody percebe valer a pena viver. Que a simples força de uma possibilidade é suficiente para continuar existindo, e da melhor maneira: feliz.

Não é à toa esse meu crescente interesse por você e sua obra Woody. Cada vez me percebo mais em seus filmes e isso é muito bom. Esses dois pilares existenciais de seu alter ego em Hannah também são meus. São obras assim que fazem minha vida valer à pena. Muito obrigado.

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