sexta-feira, 5 de junho de 2009

OBRIGADO


As Horas, Stephen Daldry, 2003.

/.../
Não há
Modelos previsíveis
Para o que dentro dói.
(UTI da Matemática, Everardo Norões)

Não poderia deixar de encerrar mais algumas palavras ao livro Retábulo de Jerônimo Bosch, já que ele esteve tão presente pelos meus últimos posts.

Não tenho muito a dizer. Apenas agradecer. Pois o exercício de descobrir a linguagem poética tem sido um remédio pra mim. A ser tomado diariamente. Entender que um bom poema não pode ser lido apenas uma vez, pois os olhos imediatamente retornam ao início para se sentir tudo de novo com mais força é uma das coisas mais mágicas que os textos poéticos têm me proporcionado.

Descobrir a verdade dos versos acima a cada palavra renova o interesse não apenas pelo amor literário, mas pelo amor á vida. E por isso meu ‘muito obrigado, Everardo’! Espero que todos tenham gostado de conhecer um pouquinho mais desse autor e tenham ficado curiosos por mais, assim como eu. Claro que não deixarei de voltar por aqui com o Retábulo, mas meu próximo alvo é sua Rua do Padre Inglês...

Como preciso encerrar, a melhor forma de fazer isso é com mais um trechinho do poeta. Dessa vez, em O Quarto de Faulkner:

/.../
Uma palavra
Nos corrompe e sepulta.
Nas repartições
Entre róis de silêncios
E cifras de ausências,
Os fios dos labirintos desaparecem
Como capítulos de um livro abandonado.

Devagar,
Apanhamos
Os pequenos ossos,
Seixos perdidos.
E as letras,
Essas pequenas lâminas,
Que penetram a epiderme de nosso desespero.
O livro,
Posto na soleira do entardecer,
É o anúncio do que foi nosso sono
Na galeria da soçobrada memória.
/.../

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Algo para mim?