sexta-feira, 5 de junho de 2009

DO TEMPO LITERÁRIO


As Horas, Stephen Daldry, 2003.

O espírito não tem pressa (Hegel)

A pressa não tem espírito (prof. Lourival Holanda)

Naquela horinha eterna que presenciei Milton Hatoum discursando sobre sua carreira, um dos pontos que mais guardei foi o respeito que ele demonstra para com o tempo literário. Não um respeito de pelavras, mas de vida e prática. O cara demorou 11 anos pra lançar seu segundo livro por pura opção. Ele tinha público, editora no pé, insistência de amigos e sociedade, mas nada atropelou sua fidelidade à arte. "O tempo lento que a literatura exige" foi a característica pulsante em seu discurso mais verdadeira e contra-corrente aos dias atuais. Tempo para criação, tempo para recepção. O livro-objeto também clama por um tempo para que seja descoberto, reconhecido, para que sobreviva além da moda.

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