sexta-feira, 5 de junho de 2009

O BONDE


O Bonde, Krzysztof Kieslowski, 1966.

Ah, que prazer ver seus primeiros curtas! Especialmente o primeiro: O Bonde (Tramwaj). Que mimo. Como uma pétala de rosa que nunca vai secar.

Completamente mudo (nenhum áudio), seus 5 inesquecíveis minutinhos contam a história de um jovem que saindo de uma festa, sente-se atraído por uma desconhecida dentro de um bonde. Ah, que simplicidade... Num tratamento relacionado tematicamente à Antonioni e formalmente a um Expressionismo urgente, essa pequena fratura artística vale muito mais do que muitos longas que saem por aí, mesmo no aclamado circuito ‘de arte’.

A intimidade da câmera com os rostos dos atores, especialmente do rapaz (que rosto lindo! as sombrancelhas, as curvas do contorno, em si um achado expressionista) pulsam em cada valioso segundo de projeção, exalando o ardor de um cineasta que se debruçaria por toda vida ao detalhamento dos gestos, das reações e ações que o humano exerce ante o mundo.

Para guardar com muito carinho e tocá-lo sempre...

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